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Thursday, June 27, 2013

Tapuru ocupado!

Eu e meu amigo Carlos Piteno, o índio malhado, chegamos um dia na casa do nosso amigo Alexandre Santiago, mais conhecido no submundo do crime como Tapuru, para pegá-lo pra tomarmos uma naquele sábado à tarde. Como de hábito, nem descemos do carro pra tocar a campainha, mas sim apenas gritamos de dentro do carro mesmo:

- “Tapuru, vamos embora, porra!!!”

Nas calçadas, os vizinhos eram muitos, conversando entre eles, aproveitando o dia bonito que fazia. Eram senhoras, senhores, crianças, meninas e mais alguns animais. Qual nao foi a nossa surpresa quando um voz lá de dentro berrou:

- “Tapuru tá cagando!!!”

Não nos agüentamos ao ouvirmos tal inusitada resposta. As senhoras começaram a fazer cara feia e ficou aquele ti-ti-ti dos vizinhos. Piteno, como é filho da puta, e mesmo diante da crise de riso que estávamos tendo, disse que ia chamar Tapuru de novo, só de sacanagem pra ver o que daria. Foi ai que a voz veio mais forte dessa vez lá de dentro:

- “Tapuru tá cagandooooooooooooooooo!!!”

As senhoras em polvorosa começaram a se agitar mais ainda. Começavam a falar da má educação dos moradores daquela rua, diziam que esses novos tempos ninguém tinha valores e etc. Mais uma vez, Piteno grita:

- “Tapuru, meu amigo, vamos logo!!!”

Inconformada, a voz responde:

- “TAPURU TÁ CAGANDO, PORRRRAAAAAAAAAA!!!”

- “Tapuru, rapaz, você nao esta escutando a gente chamar nao, é?”, Piteno provocou.
Xingu, o dono da voz reveladora, perde a paciência e vai até o portão deixar claro o que Tapuru está fazendo. E berra bem próximo ao portão:

- “TAPURU ESTÁ CAGANDO, CARALHO, NAO SABE O QUE É CAGAR NAO? O BICHO TÁ CAGANDO, CAGANDO, CAGANDO...”

E sobe o muro gritando e dizendo o que o rapaz estava fazendo, mas aos poucos foi baixando o tom da voz, até ficar mudo e observando as dezenas de cabeças que observavam incrédulas a sua descrição do porque que o irmão estava demorando.

Abaixou a cabeça lentamente e se retirou do muro, mas nao sem antes perceber que tinham dois indivíduos tendo ataques de riso dentro do carro do Hal Pitena e mesmo com toda a sua cara de pau que é conhecido, passou o dia inteiro sem colocar os pés na calcada. Os gestos de reprovação dos vizinhos fizeram com que o velho xinga se envergonhasse pela primeira vez na vida.

Wednesday, June 26, 2013

O careca e o bacamarte

Gustavo Maguinho e Segundo Motta vinham passeando pela Praia do Meio quando avistaram Mário Careca desfilando alegremente no seu gol branco, recheado de garotas da UNP, onde ele estudava. O fato dele não pegar nenhuma delas fez com que seu apelido na época fosse “Márcio Queirós, aquele que trás as mulheres pra nós”.

Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que esses dois elementos tinham no carro de Segundo Motta, uma espingarda calibre doze, de cano duplo. Como era madrugada, hora do dia em que o medo de assalto aumenta bastante, eles encostaram ao lado do carro de Márcio quando iam subindo a Ladeira do Sol, pela esquerda do careca e antes de Márcio conseguir identificar o que estava acontecendo, Maguinho mete a espingarda nas fuças do negão e grita:

- “Vais morrer, desgraçado!!! Vais morrer, filha da puta!!!”

O careca desesperou-se, soltou as mãos do volante, subiu o canteiro, amassou todo o carro por debaixo, isso sem falar na gritaria e chororô por parte das meninas que o acompanhavam.

Os mal-intencionados Maguinho e Monstro do Pântano (apelido carinhoso de Segundo Motta) foram até a praia novamente e outra vez subiram a ladeira do sol atrás de saber o que havia acontecido com Marcio.

O careca estava parado ali em frente do Hospital Universitário Onofre Lopes, com as mãos na cabeça e analisando o carro pra ver os danos. As meninas desesperadas nao paravam de ligar com seus telefones celulares pra parentes, e amigos, contando o que aconteceu. Pensavam ate que tinha sido uma tentativa de seqüestro frustrada.

Foi então que viram o carro do monstro se aproximando novamente. Dessa vez o careca molhou a cueca. Correu pra detrás do carro e se abaixou, mostrando o quanto era valente. Foi uma das meninas que ficou olhando pros dois supostos ladrões e disse:

- Eu conheço esses meninos de algum lugar.

Nesse instante, o careca criou coragem e se levantou. Ao constatar que se tratava de Maguinho, foi lá dizer que aquilo nao era brincadeira, que aquilo era uma sacanagem, que era uma coisa sem noção, coisa e tal.

Ele falava educadamente, mas a vontade dele era voar no pescoço de Maguinho e da-lhe um cacete, mas como o homem era faixa preta de jiu jitsu, o careca escolheu o caminho mais pacifico, mesmo sabendo que a carabina estava na mão do passageiro e nao na do motorista.

Mas o motorista ficou rindo, o que irritou o careca, pois nao conhecia o mesmo. Num ato continuo, foi ao lado do motorista e começou a agredir o rapaz, que pouco tinha a ver com o ocorrido.

Maguinho, como é outro filha da puta, ficou somente rindo da reação inesperada do careca e o monstro do pântano, também conhecido como papo de pelicano, ficava só se defendendo e chamando Maguinho pra socorre-lo.

Num gesto de valentia tardia, Marcio parou de agredir o rapaz, subiu as calças pelo cinto, bateu uma mão na outra e gritou pra harém que o acompanhava:

- Vamos embora que eu nao vou perder meu tempo com esse palhaço mais nao.

E saiu cheio de moral, ignorando totalmente o fato de que o monstro do pântano nada tinha feito e que o culpado de tudo era Maguinho. Com isso, pode-se perceber que o careca apesar de nao ter cabelo, tem juízo, e na frente das meninas levar uma trabucada já era demais, imagine então uma surra extra? Deu-se por vingado e foi contar a sua historia lá no Pittsburg, pra Batista e sua gangue.