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Wednesday, June 26, 2013

O careca e o bacamarte

Gustavo Maguinho e Segundo Motta vinham passeando pela Praia do Meio quando avistaram Mário Careca desfilando alegremente no seu gol branco, recheado de garotas da UNP, onde ele estudava. O fato dele não pegar nenhuma delas fez com que seu apelido na época fosse “Márcio Queirós, aquele que trás as mulheres pra nós”.

Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que esses dois elementos tinham no carro de Segundo Motta, uma espingarda calibre doze, de cano duplo. Como era madrugada, hora do dia em que o medo de assalto aumenta bastante, eles encostaram ao lado do carro de Márcio quando iam subindo a Ladeira do Sol, pela esquerda do careca e antes de Márcio conseguir identificar o que estava acontecendo, Maguinho mete a espingarda nas fuças do negão e grita:

- “Vais morrer, desgraçado!!! Vais morrer, filha da puta!!!”

O careca desesperou-se, soltou as mãos do volante, subiu o canteiro, amassou todo o carro por debaixo, isso sem falar na gritaria e chororô por parte das meninas que o acompanhavam.

Os mal-intencionados Maguinho e Monstro do Pântano (apelido carinhoso de Segundo Motta) foram até a praia novamente e outra vez subiram a ladeira do sol atrás de saber o que havia acontecido com Marcio.

O careca estava parado ali em frente do Hospital Universitário Onofre Lopes, com as mãos na cabeça e analisando o carro pra ver os danos. As meninas desesperadas nao paravam de ligar com seus telefones celulares pra parentes, e amigos, contando o que aconteceu. Pensavam ate que tinha sido uma tentativa de seqüestro frustrada.

Foi então que viram o carro do monstro se aproximando novamente. Dessa vez o careca molhou a cueca. Correu pra detrás do carro e se abaixou, mostrando o quanto era valente. Foi uma das meninas que ficou olhando pros dois supostos ladrões e disse:

- Eu conheço esses meninos de algum lugar.

Nesse instante, o careca criou coragem e se levantou. Ao constatar que se tratava de Maguinho, foi lá dizer que aquilo nao era brincadeira, que aquilo era uma sacanagem, que era uma coisa sem noção, coisa e tal.

Ele falava educadamente, mas a vontade dele era voar no pescoço de Maguinho e da-lhe um cacete, mas como o homem era faixa preta de jiu jitsu, o careca escolheu o caminho mais pacifico, mesmo sabendo que a carabina estava na mão do passageiro e nao na do motorista.

Mas o motorista ficou rindo, o que irritou o careca, pois nao conhecia o mesmo. Num ato continuo, foi ao lado do motorista e começou a agredir o rapaz, que pouco tinha a ver com o ocorrido.

Maguinho, como é outro filha da puta, ficou somente rindo da reação inesperada do careca e o monstro do pântano, também conhecido como papo de pelicano, ficava só se defendendo e chamando Maguinho pra socorre-lo.

Num gesto de valentia tardia, Marcio parou de agredir o rapaz, subiu as calças pelo cinto, bateu uma mão na outra e gritou pra harém que o acompanhava:

- Vamos embora que eu nao vou perder meu tempo com esse palhaço mais nao.

E saiu cheio de moral, ignorando totalmente o fato de que o monstro do pântano nada tinha feito e que o culpado de tudo era Maguinho. Com isso, pode-se perceber que o careca apesar de nao ter cabelo, tem juízo, e na frente das meninas levar uma trabucada já era demais, imagine então uma surra extra? Deu-se por vingado e foi contar a sua historia lá no Pittsburg, pra Batista e sua gangue.

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