Essa história se passou no inicio da década de
1990. O local era Pirangi do Norte, litoral sul do Estado do Rio Grande
do Norte. Como de costume, quando íamos para as noitadas no famoso e saudoso Circo
da Folia, guardávamos nossos carros ("nossos" é modo de dizer) na casa de Léo Leite, pois
além do amplo terreno para estacionamento, sua casa ainda era bem
próxima deste clube.
Para completar ainda mais o quadro, era período carnavalesco, onde os níveis etílicos não possuem limites. Assim, da noite do domingo para a manhã da segunda-feira, voltávamos calmamente para a rotineira missão de entrar nos nossos carros e "responsavelmente" nos dirigirmos para nossos leitos.
Para nossa surpresa, Léo reconheceu um Chevette branco como não sendo de nenhum conhecido dele e ordenou que tirássemos o veiculo não identificado de lá, naquele mesmo instante.
O Chevette estava amassado na parte dianteira, que visivelmente tinha sido resultado de algum acidente no período do reinado de momo. O que Léo não sabia era que o dono do Chevette, no domingo à tarde, pedira aos seus pais para guardar o carro ali até a chegada de um guincho, na segunda-feira, para levar o carro até Natal.
Desconhecendo esse fato, Léo, nervoso, pede que retirassemos o automóvel de dentro dos limites da sua propriedade. Até hoje eu nao sei o que o motivou a isso, pois como a tartaruga em cima do poste, o Chevette nao teria ido parar ali sozinho e nem muito menos sem o conhecimento dos pais dele.
Mas enfim, éramos sete elementos empurrando o carro e Piteno sentado ao banco do motorista, guiando o trajeto do carro. Quando o carro atingiu a rua, cada indivíduo envolvido nessa operação, arrancou um souvenir do carro. Logo após todos os assessórios terem sido subtraídos, Piteno, que estava ao volante retornou ao seu posto e disse: “Empurrem mais, pois o carro ainda não está bem estacionado!!!”
Contrariados, recomeçamos o trabalho. Piteno, ao volante, agora estava tendo o carro sendo movido à marcha ré e ele estava com um pé dentro do carro e outro fora, fingindo também estar fazendo força. Começamos então a perceber a intenção do “motorista”, que era supostamente nos fazer um susto, pois a casa da esquina, vizinha à do nosso amigo, tinha o terreno rebaixado e o nível do teto era quase que no mesmo nível da rua. Pensávamos então que ele iria levar o carro até o limite do muro e chegando ali, freasse o veiculo.
Para nosso espanto, Piteno começa a olhar para a gente, aperta repetidamente na embreagem, alegando estar pisando no freio e diz, com cara de puta: “O carro não quer parar não, faltou freio, faltou freio!!!”
Quando ele viu que o carro atingiu velocidade suficiente para não parar mais, o mesmo pula do veiculo, que despenca casa abaixo, ficando com a traseira quase se encostando ao chão e a frente quase que em 90 graus, com a barriga apoiada no que restou do muro.
Evidentemente, não ficou alma viva no local após essa grande merda. Cada um agarrou seu souvenir e desapareceu dali em questão de segundos. Eu estava de carona com Marcos Ribeiro (Marquinhos da Bhrama) que tinha uma pick-up Pampa, e que colocou o pára-brisa do Chevette na carroceria da pick-up. Eu tinha o meu souvenir nas mãos, um toca-fitas TKR que a fita entrava de frente (que segundo os especialistas da época, era o melhor do mercado) e lá estava ainda em estado de choque, resultando da cena que havia presenciado momentos antes.
Marquinhos, lógico, não estava devagar e na passagem do primeiro quebra-molas, escutamos um estrondo terrível: o pára-brisa que estava tranqüilamente instalado no Chevette momentos antes, agora estava reduzido à milhões de cacos. Bem, pensei: “Que se foda o pára-brisa, pelo menos o meu toca-fitas está inteiro!”.
Ledo engano. Ao chegar no hotel onde estávamos hospedados em Búzios, escondi o toca-fitas num arbusto para que meus pais não questionassem sobre a origem do mesmo. Entrei no chalé, e minha mãe que já estava acordada, começou a conversar alguma coisa comigo, que não lembro o que era pois não dava à mínima atenção.
Minha atenção estava voltada para o lado de fora, onde eu assistia impotentemente o jardineiro pegar o toca-fitas que eu havia escondido tão brilhantemente. Pensei em ir lá fora, agarrar ele pelo pescoço, mas minha mãe perguntou “aonde você vai?” e me seguiu até a varanda. Observei ele se afastar com meu brinde nas mãos, olhando para mim e sorrindo. O que eu iria fazer? Chamar a policia para denunciar que o jardineiro roubava um toca-fitas que não era meu?
Quanto à Pampa do meu amigo, acredito que esteja onde aquela Pampa estiver, ainda possui cacos de vidros do pára-brisa quebrado.Questionado sobre o episodio anos depois, Leo Leite disse que passou mal naquele dia de tanta raiva, quase tendo um enfarto. Sem, lógico, ir dormir sem levar uma surra dos pais, que acordaram quando todos já estavam bem longe dali.
Para completar ainda mais o quadro, era período carnavalesco, onde os níveis etílicos não possuem limites. Assim, da noite do domingo para a manhã da segunda-feira, voltávamos calmamente para a rotineira missão de entrar nos nossos carros e "responsavelmente" nos dirigirmos para nossos leitos.
Para nossa surpresa, Léo reconheceu um Chevette branco como não sendo de nenhum conhecido dele e ordenou que tirássemos o veiculo não identificado de lá, naquele mesmo instante.
O Chevette estava amassado na parte dianteira, que visivelmente tinha sido resultado de algum acidente no período do reinado de momo. O que Léo não sabia era que o dono do Chevette, no domingo à tarde, pedira aos seus pais para guardar o carro ali até a chegada de um guincho, na segunda-feira, para levar o carro até Natal.
Desconhecendo esse fato, Léo, nervoso, pede que retirassemos o automóvel de dentro dos limites da sua propriedade. Até hoje eu nao sei o que o motivou a isso, pois como a tartaruga em cima do poste, o Chevette nao teria ido parar ali sozinho e nem muito menos sem o conhecimento dos pais dele.
Mas enfim, éramos sete elementos empurrando o carro e Piteno sentado ao banco do motorista, guiando o trajeto do carro. Quando o carro atingiu a rua, cada indivíduo envolvido nessa operação, arrancou um souvenir do carro. Logo após todos os assessórios terem sido subtraídos, Piteno, que estava ao volante retornou ao seu posto e disse: “Empurrem mais, pois o carro ainda não está bem estacionado!!!”
Contrariados, recomeçamos o trabalho. Piteno, ao volante, agora estava tendo o carro sendo movido à marcha ré e ele estava com um pé dentro do carro e outro fora, fingindo também estar fazendo força. Começamos então a perceber a intenção do “motorista”, que era supostamente nos fazer um susto, pois a casa da esquina, vizinha à do nosso amigo, tinha o terreno rebaixado e o nível do teto era quase que no mesmo nível da rua. Pensávamos então que ele iria levar o carro até o limite do muro e chegando ali, freasse o veiculo.
Para nosso espanto, Piteno começa a olhar para a gente, aperta repetidamente na embreagem, alegando estar pisando no freio e diz, com cara de puta: “O carro não quer parar não, faltou freio, faltou freio!!!”
Quando ele viu que o carro atingiu velocidade suficiente para não parar mais, o mesmo pula do veiculo, que despenca casa abaixo, ficando com a traseira quase se encostando ao chão e a frente quase que em 90 graus, com a barriga apoiada no que restou do muro.
Evidentemente, não ficou alma viva no local após essa grande merda. Cada um agarrou seu souvenir e desapareceu dali em questão de segundos. Eu estava de carona com Marcos Ribeiro (Marquinhos da Bhrama) que tinha uma pick-up Pampa, e que colocou o pára-brisa do Chevette na carroceria da pick-up. Eu tinha o meu souvenir nas mãos, um toca-fitas TKR que a fita entrava de frente (que segundo os especialistas da época, era o melhor do mercado) e lá estava ainda em estado de choque, resultando da cena que havia presenciado momentos antes.
Marquinhos, lógico, não estava devagar e na passagem do primeiro quebra-molas, escutamos um estrondo terrível: o pára-brisa que estava tranqüilamente instalado no Chevette momentos antes, agora estava reduzido à milhões de cacos. Bem, pensei: “Que se foda o pára-brisa, pelo menos o meu toca-fitas está inteiro!”.
Ledo engano. Ao chegar no hotel onde estávamos hospedados em Búzios, escondi o toca-fitas num arbusto para que meus pais não questionassem sobre a origem do mesmo. Entrei no chalé, e minha mãe que já estava acordada, começou a conversar alguma coisa comigo, que não lembro o que era pois não dava à mínima atenção.
Minha atenção estava voltada para o lado de fora, onde eu assistia impotentemente o jardineiro pegar o toca-fitas que eu havia escondido tão brilhantemente. Pensei em ir lá fora, agarrar ele pelo pescoço, mas minha mãe perguntou “aonde você vai?” e me seguiu até a varanda. Observei ele se afastar com meu brinde nas mãos, olhando para mim e sorrindo. O que eu iria fazer? Chamar a policia para denunciar que o jardineiro roubava um toca-fitas que não era meu?
Quanto à Pampa do meu amigo, acredito que esteja onde aquela Pampa estiver, ainda possui cacos de vidros do pára-brisa quebrado.Questionado sobre o episodio anos depois, Leo Leite disse que passou mal naquele dia de tanta raiva, quase tendo um enfarto. Sem, lógico, ir dormir sem levar uma surra dos pais, que acordaram quando todos já estavam bem longe dali.
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