No final da década de 1990, resolvemos passar a
semana Santa em Maceió. Fomos eu, George Meira Lima (o Doido), Alexandre
Santiago (Tapuru) e Staine Darlan (Funil). Na ida, causamos logo ótima
impressão no resto dos passageiros da excursão. Com um botijão de vinho
barato de cinco litros, bebemos a noite inteira, sem deixar o resto dos
viajantes dormirem no trajeto Natal-Maceió.
Fazendo questão de sermos chatos, cantávamos em homenagem ao nosso amigo Funil: “Chegou a turma do funil, todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto, Ha, Ha, Ha, Ha, mas ninguém dorme no ponto, nós é que bebemos e eles que ficam tontos!!!”
Na parte do “Ha, Ha, Ha, Ha”, o Doido fazia uma risada alta, que acordava até quem estava do lado de fora do ônibus. Não preciso dizer que chegamos no hotel altamente bem quistos pelo resto do grupo. Demos um rápido cochilo e logo estávamos na piscina do hotel, enchendo o tanque para irmos à noite alagoana.
Ao voltarmos pro hotel, mais ou menos às quatro da manhã, o Doido teve uma idéia típica dele. Cada um teria que atravessar o corredor inteiro, chutar e dar murros na porta de um outro hospede, desconhecido, que se situava na outra extremidade do corredor, e voltar correndo, totalmente exposto, para o nosso quarto de volta.
Quem não fosse estaria punido com uma sarrafo dos outros. Ao terminar de falar a idéia, ele mesmo correu e começou a desferir chutes e pontapés na porta combinada. Eu não acreditava no que via, mas não conseguia parar de rir. Quando ele voltou, me adiantei e fui em segundo. No caminho, pensava: “Puta que pariu, como sou o segundo, esse porra desse hospede vai estar atrás da porta, quando eu bater, ele vai me fuder!!!”. Mas mesmo assim, permaneci no meu objetivo e enfiei o cacete na porta do sujeito.
A risadagem dos caras era mais alta do que as pancadas. Consegui voltar são e salvo, graças a Deus. Tapuru e Funil se engalfinhavam pra saber quem seria o próximo. Funil venceu a guerra e partiu em sua missão. Voltou e lá foi Tapuru. Para dar uma de esperto, Tapuru retira os tênis pra poder correr mais. Aproveitando-se dessa mancada, quando Tapuru já vinha chegando, esbaforido, os caras jogaram os sapatos dele novamente perto da porta do sujeito. A cara de choro que Tapuru fez foi digna de um Oscar.
Com pena de Tapuru, armei uma sacanagem para Funil e o Doido, que estavam no quarto em frente ao nosso. Deixei passar um tempo e com um pano no telefone para disfarçar a voz, liguei para o quarto deles dizendo ser da recepção. Falei: “Boa noite, recebemos uma reclamação do quarto 322. O hospede alega que a porta dele foi esmurrada e que ele viu os agressores entrarem no quarto de vocês”.
Funil, com o cu na mão, respondeu: “Rapaz, não foi a gente não. A gente está dormindo aqui desde cedo”.
Eu então fingindo ser o recepcionista, respondi: “Como ninguém é culpado até que prove o contrario, eu vou averiguar o fato e retorno a ligação caso seja confirmado a denúncia”.
Passa-se alguns segundos e os dois batem na porta do nosso quarto, sussurando: “Cachorra, Tapuru, deu merda. O cara da recepção ligou aqui dizendo que o cara viu a gente!”
Eu abri a porta e perguntei: “Viu a gente ou viu vocês? Sim, porque se ele viu somente vocês, vão lá e conversem, não metam a gente nessa porra não, pois se fosse com a gente, vocês iriam tirar a bunda da seringa!!!”
Os dois saíram putos e logo em seguida em liguei novamente: “Boa noite, sim, averiguamos e de fato o hospede aponta vocês como culpados. Vocês poderiam vir aqui na recepção para esclarecermos esse fato?” Tapuru quase tinha um ataque de riso enrolado no lençol, para não fazer barulho com sua risada.
Funil respondeu: “Está certo, estamos indo aí agora”.
Na passagem, o Doido ainda bateu na porta do quarto e disse: “Ei, porra, vamos lá com a gente, deu merda, deu merda!!!”
Nós fingimos estar dormindo e eles se foram. Fomos atrás pra ver a marmota, mas sem que nos vissem. Chegaram na recepção, deram boa noite ao recepcionista e ficaram esperando o mesmo falar. Como ele não falou nada, eles disseram: “Somos os hospedes do quarto 311”. O recepcionista olhou com cara de “E dai?”, e eles disseram: “Você não chamou a gente agora? estamos aqui.”
E o cara falou: “Eu chamei? Eu não chamei ninguém aqui, estão malucos?”. Funil falou: “Como não chamou, porra? acabou de telefonar mandando a gente vir aqui, que palhaçada é essa?”
Ficaram nessa discussão por um tempo e depois voltaram pro quarto putos com o recepcionista. Não falaram mais no assunto quando acordaram e também nos fizemos de doidos. Quando já estávamos chegando em Natal, eu cheguei perto de Funil e falei, com a mesma voz que fiz quando liguei pra ele: “Boa noite, recebemos uma reclamação do quarto 322...”
Ao perceber que tinha caído numa sacanagem, Funil fica olhando com a cara de puto, enquanto o Doido começa a gritar: “Funil, como tu não percebeu que era esse homem, porra?”
E a briga entra eles foi o motivo de pelo menos mais meia hora de riso, que ajudou a amenizar o tédio da viagem de volta. E o que fez com que os passageiros da excursão, sem paz na ida, também nao tivessem paz na volta.
Fazendo questão de sermos chatos, cantávamos em homenagem ao nosso amigo Funil: “Chegou a turma do funil, todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto, Ha, Ha, Ha, Ha, mas ninguém dorme no ponto, nós é que bebemos e eles que ficam tontos!!!”
Na parte do “Ha, Ha, Ha, Ha”, o Doido fazia uma risada alta, que acordava até quem estava do lado de fora do ônibus. Não preciso dizer que chegamos no hotel altamente bem quistos pelo resto do grupo. Demos um rápido cochilo e logo estávamos na piscina do hotel, enchendo o tanque para irmos à noite alagoana.
Ao voltarmos pro hotel, mais ou menos às quatro da manhã, o Doido teve uma idéia típica dele. Cada um teria que atravessar o corredor inteiro, chutar e dar murros na porta de um outro hospede, desconhecido, que se situava na outra extremidade do corredor, e voltar correndo, totalmente exposto, para o nosso quarto de volta.
Quem não fosse estaria punido com uma sarrafo dos outros. Ao terminar de falar a idéia, ele mesmo correu e começou a desferir chutes e pontapés na porta combinada. Eu não acreditava no que via, mas não conseguia parar de rir. Quando ele voltou, me adiantei e fui em segundo. No caminho, pensava: “Puta que pariu, como sou o segundo, esse porra desse hospede vai estar atrás da porta, quando eu bater, ele vai me fuder!!!”. Mas mesmo assim, permaneci no meu objetivo e enfiei o cacete na porta do sujeito.
A risadagem dos caras era mais alta do que as pancadas. Consegui voltar são e salvo, graças a Deus. Tapuru e Funil se engalfinhavam pra saber quem seria o próximo. Funil venceu a guerra e partiu em sua missão. Voltou e lá foi Tapuru. Para dar uma de esperto, Tapuru retira os tênis pra poder correr mais. Aproveitando-se dessa mancada, quando Tapuru já vinha chegando, esbaforido, os caras jogaram os sapatos dele novamente perto da porta do sujeito. A cara de choro que Tapuru fez foi digna de um Oscar.
Com pena de Tapuru, armei uma sacanagem para Funil e o Doido, que estavam no quarto em frente ao nosso. Deixei passar um tempo e com um pano no telefone para disfarçar a voz, liguei para o quarto deles dizendo ser da recepção. Falei: “Boa noite, recebemos uma reclamação do quarto 322. O hospede alega que a porta dele foi esmurrada e que ele viu os agressores entrarem no quarto de vocês”.
Funil, com o cu na mão, respondeu: “Rapaz, não foi a gente não. A gente está dormindo aqui desde cedo”.
Eu então fingindo ser o recepcionista, respondi: “Como ninguém é culpado até que prove o contrario, eu vou averiguar o fato e retorno a ligação caso seja confirmado a denúncia”.
Passa-se alguns segundos e os dois batem na porta do nosso quarto, sussurando: “Cachorra, Tapuru, deu merda. O cara da recepção ligou aqui dizendo que o cara viu a gente!”
Eu abri a porta e perguntei: “Viu a gente ou viu vocês? Sim, porque se ele viu somente vocês, vão lá e conversem, não metam a gente nessa porra não, pois se fosse com a gente, vocês iriam tirar a bunda da seringa!!!”
Os dois saíram putos e logo em seguida em liguei novamente: “Boa noite, sim, averiguamos e de fato o hospede aponta vocês como culpados. Vocês poderiam vir aqui na recepção para esclarecermos esse fato?” Tapuru quase tinha um ataque de riso enrolado no lençol, para não fazer barulho com sua risada.
Funil respondeu: “Está certo, estamos indo aí agora”.
Na passagem, o Doido ainda bateu na porta do quarto e disse: “Ei, porra, vamos lá com a gente, deu merda, deu merda!!!”
Nós fingimos estar dormindo e eles se foram. Fomos atrás pra ver a marmota, mas sem que nos vissem. Chegaram na recepção, deram boa noite ao recepcionista e ficaram esperando o mesmo falar. Como ele não falou nada, eles disseram: “Somos os hospedes do quarto 311”. O recepcionista olhou com cara de “E dai?”, e eles disseram: “Você não chamou a gente agora? estamos aqui.”
E o cara falou: “Eu chamei? Eu não chamei ninguém aqui, estão malucos?”. Funil falou: “Como não chamou, porra? acabou de telefonar mandando a gente vir aqui, que palhaçada é essa?”
Ficaram nessa discussão por um tempo e depois voltaram pro quarto putos com o recepcionista. Não falaram mais no assunto quando acordaram e também nos fizemos de doidos. Quando já estávamos chegando em Natal, eu cheguei perto de Funil e falei, com a mesma voz que fiz quando liguei pra ele: “Boa noite, recebemos uma reclamação do quarto 322...”
Ao perceber que tinha caído numa sacanagem, Funil fica olhando com a cara de puto, enquanto o Doido começa a gritar: “Funil, como tu não percebeu que era esse homem, porra?”
E a briga entra eles foi o motivo de pelo menos mais meia hora de riso, que ajudou a amenizar o tédio da viagem de volta. E o que fez com que os passageiros da excursão, sem paz na ida, também nao tivessem paz na volta.
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