Em um desses carnavais da vida que passamos na praia de Pirangi, na
casa de Alberto Campos, vulgo Jacarezinho Egoísta, observamos que o
grande Carlos Piteno, ao trocar de roupa, havia vestido uma “cueca de copinho”,
de uma cor vermelha bem comunista, que chamávamos de Brizolão, por
causa da cor das bandeiras de propaganda do político Leonel Brizola.
Observamos
e ficamos calados, armando uma presepada pro Índio (outro apelido de
piteno, por ser o irmão mais novo do Cacique), a ser aplicada durante a
noite, no Circo da Folia.
O plano foi fantástico.
Previamente, acertamos com um fotografo, desses que batem fotos de
pessoas em festas pra vender depois, para que ele ficasse preparado pra
bater uma seqüência de fotos de um rapaz. Ele se escondeu
estrategicamente e ficou esperando a execução do plano.
Enquanto
um individuo distraia o Pita, eu abaixei o seu calção folgado até os
tornozelos, o que não foi muito difícil, devido à estrutura esguia
(diria quase um faquir) do sujeito.
Ao mesmo tempo em
que abaixei o calção, coloquei o meu pé no meio das pernas dele e pisei
no calção, impossibilitando que Piteno subisse o mesmo novamente, uma
vez que suas mãos nunca seriam mais fortes do que meus pés, e alem de
que, ele se encontrava em posição bastante incomoda, só de cuecas, com a
bunda pra cima e as mãos nos pés.
Pra completar ainda
mais o quadro do terror, chegou um terceiro individuo e deu um leve
empurrão no Índio, que sem equilíbrio algum, pois estava igual a um
animal, amarrado pelas mãos e pés, cai lindamente no chão de
paralelepípedo do Circo da Folia de Pirangi, ainda agarrado ao calção.
E
o fotografo metendo o dedo no botão, mas sem conseguir direito bater as
fotos, de tanto que ria, o nojento. Como todos sabiam da reação
enfurecida do rapaz, seguramos o calção dele e as mãos por um tempo,
depois desaparecemos tal qual fumaça, pra esperar o rapaz se acalmar.
Você
imagine quantas pessoas, conhecidas e desconhecidas, não estavam tendo
uma sincope de tanto rir dessa cena grotesca. O individuo Piteno
calmamente se levanta, sobe o calção, coloca a camisa pra dentro deste e
sai de cena. Como estávamos escondidos, ficamos observando a trajetória
dele.
O fresco foi diretamente falar com o fotografo.
Como poderia ele, debaixo de tanta pressão, ainda ter enxergado o
fotografo na cena do crime? Escondido, eu fazia sinal pro fotografo que a
gente pagava o que fosse preciso, que não aceitasse a proposta de
Piteno.
Falei com ele depois, e o mesmo me garantiu que
no final de semana seguinte, as fotos estaria na minha casa. Não sei o
que o fresco do Piteno propôs ou disse, que o fotografo nunca apareceu
com as fotos e quando eu o reencontrei, ele disse que havia vendido pra
Piteno, pois havia ficado com pena.
Mais um plano infalível que foi prejudicado pela ganância humana.
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