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Friday, July 26, 2013

Das Cachorras

No decorrer desses quase 20 anos de existência, já ouvi inúmeras versões sobre a origem do meu apelido. Gente que jura que estava comigo quando eu fui ter relações sexuais com cadelas. Gente que jura que sabia que eu tinha um canil que só tinha cadelas e o único cachorro era eu. E por ai vão as insanidades. Mas a verdade é só uma.

Estava sendo realizado no Colégio Nossa Senhora das Neves, onde eu estudava, a feira de ciências que todo colégio realizava em um determinado período do ano. Eu tinha então 14 anos e cursava a oitava série do primeiro grau.

Planejamos ir pra tal feira de ciências, pois apesar de ninguém ter interesse algum na ciência, tínhamos sim interesse no monte de meninas que por lá se encontravam, pois nesses eventos, o menos importante era o que estava sendo exposto e sim o fato de que todos as pessoas da cidade da nossa idade estariam lá.

Pra apimentar mais um pouco a história, resolvemos passar num bar bastante conhecido da minha época chamado Trovão Azul, localizado ali na Afonso Pena, já perto do CCAB Norte. A intenção era tomar umas cinco cervejas e partir pro destino final.

Chegando no Trovão, não sei porque resolvemos trocar e ir pro bar vizinho, o Bar do Ednaldo. Pelo que me lembro, estava fazendo um sol forte no Trovão naquela hora do dia e no Ednaldo (hoje Cantina do Ednaldo) tinha sombra, qualquer coisa assim. Talvez se tivéssemos ficado no Trovão esse apelido nem existiria. O fato é que estavam eu, Frederico Lemos (o doido Zé Zuada), Leonardo Leite, e o nosso famoso Carlos Eduardo Mello (Piteno), hoje vegetariano.

Após meia grade de cerveja e eu já embriagado, devido ao inexistente costume do meu organismo ao álcool, chega outro carro com mais quatro indivíduos dentro, e eles eram Denis Zambon, Vlaviano, Gley Karlys (Araci de Almeida) e Fernando Bastos (Fernandinho).

Quando a primeira grade foi completada, eu não sabia mais onde era o céu e nem onde era o chão. Comecei a ver o mundo rodar e obvio, debaixo da gargalhada geral, pois todos já eram mais velhos e bebiam bastante, fui me sentar no chão, encostado no muro, por acreditar que dali não cairia.

A sensação era terrível, a vontade de vomitar era enorme e eu não pude conter. Vomitei tudo o que tinha bebido, tudo o que tinha comido e mais alguma coisa. Ednaldo tinha uma cadela chamada Xuxa, que sempre ficava na porta do banheiro. Ela foi atraída pelo vomito e começou a lamber o mesmo.

Mas em nenhum momento ela me lambeu, como alega o senhor Gley, e eu posso afirmar categoricamente isso, pois em nenhum momento eu dormi, estava acordado o tempo todo, e estava sentado, não deitado como aumentou o Araci de Almeida.

A cadela veio, lambeu o vomito e se entrou novamente no bar. Essa operação não durou mais que dois minutos. Mas a historia que o senhor Gley saiu contando por ai foi que ela me lembeu todo, inclusive na boca. É um filha da puta. Então me apareceu poucos dias depois na casa de Pezão, numa das reuniões diárias, e quando me viu, já saiu do carro dizendo: “Ei, pessoal, conhecem aqui o Das Cachorras?”

Evidentemente, todos ali adoraram e o apelido se espalhou como água. Por causa desse cretino, tem gente que me conhece há quase vinte anos e não sabe que o meu nome é Fabiano.

Eu não sei qual coisa boa Gley fez na vida, mas que eles fez duas merdas grandes, isso eu posso afirmar. Uma foi ter colocado esse apelido na minha digníssima pessoa e a outra foi ter projetado o Frasqueirão, o campinho do ABC Futebol Clube. Nem pra projetar um pro meu glorioso América ele presta.

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