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Thursday, January 31, 2013

Semana nada santa

Em um desses feriados de Páscoa, resolvemos partir em viagem à cidade de Currais Novos, pois alguém tinha a informação de que a festa naquela localidade iria pegar fogo naquele final de semana prolongado. A caravana era formada por mim e o magro Schiavo, numa pick-up LX da Fiat.

No seu famoso gol branco, ia Márcio Careca, Flávio Xingu e um colega chamado Rodrigo, que não sei o seu sobrenome, só sei que o pai dele chama-se Lúcio Flávio, pois o mesmo fez questão de me lembrar umas 20 vezes durante esta viagem. No guerreiro Escort Hobby de cor vinho, iam Staine Funil e o nosso saudoso Geraldo Segundo.

Cada tripulação, inconseqüentemente, providenciou um isopor, encheu de gelo e cerveja e partiu com direção ao Seridó. O magro Schiavo, metido a piloto, dirigia com velocidade mínima de 170 km/h.

Ele não contava com uma curva traiçoeira, já bem próxima do destino, que fingia ser aberta mas que no final se fechava todinha. Nessa hora da curva vínhamos com 180km/h, pois pra completar ainda mais a desgraça, antes da curva ainda tinha uma ladeira descendo, uma pontezinha e uma ladeira subindo, o que fez com que o carro praticamente decolasse.

Dessa forma, o magro achou a curva aberta o suficiente e não aliviou o pé. Nessa hora, comecei a frear o carro imaginariamente e segurar no dispositivo de segurança mais fiel de qualquer carro, o "eita porra", aquele gancho que tem no teto e que serve pro passageiro se segurar em alguma coisa em caso de perigo eminente, uma vez que o motorista tem o volante pra tal propósito.

Como eu disse, o magro não contou com a curva acabando de repente e se transformando em reta, quase que em noventa graus.

A sua tentativa foi válida, porem ineficaz. Tínhamos que virar à direita e como o carro começou a derrapar de dentro da fora, ele tentou encontrar a tangencia indo ao máximo pra esquerda, na contra-mão.

Pro nosso azar, a traseira da pick-up encontrou a parte do acostamento que continha pedregulhos e não se segurou, pois era leve e isso fez com que nós começássemos a dar cavalos de pau em plena estrada.

Em um desses, a traseira atinge o meio fio do lado direito e lá fomos nós ribanceira abaixo, com o automóvel virando de costas e não de lado, como de costume. Ha controvérsias quanto ao numero de vezes que capotamos, mas a sensação era de estarmos dentro de uma maquina de lavar. O carro caiu de cabeça pra cima, lá em baixo. E eu continuava agarrado ao "eita porra".

A musica que tocava na hora do acidente era uma do grupo de pagode Molejo, e dizia assim: "Trás a caçamba, trás a caçamba, que o samba taí..." E ela também continuava tocando no momento da aterrissagem. O que me fez pensar, entre mortos e feridos: "Caçamba, um caralho!!!".
A cena era dantesca. O magro agarrado ainda ao volante, com os dois braços esticados, duvidando estar vivo e suspeitando estar morto, olha pra mim e pergunta:

- Cachorras, tudo bem com você?

Como se alguém pudesse estar bem depois de uma situação daquelas. Eu, virei meu pescoço aos poucos, achando também estar morto, e respondi que sim, que só havia perdido os meus óculos e tive uns pequenos cortes provenientes de algum vidro que quebrou.

O milagre foi tão grande que o teto formava o molde exato das nossas cabeças. Com sacrifício, abrimos as portas e saímos, sem saber onde era a estrada ou onde era o inferno. Eu apostei que a estrada era pra um lado e o magro apontou pro outro. Eu, mesmo cego, acertei e comecei a subir correndo a ribanceira, que diga-se de passagem, era quase a metade do tamanho do Morro do Careca.

Só pra se ter uma idéia de como vínhamos rápido, somente na hora que atingi o asfalto era que Marcio Careca vinha passando. Comecei a pular para chamar sua atenção, o que deu certo.

Ele não viu Schiavo de imediato, pois o mesmo tinha saído em outro ponto da montanha. Quando o Careca viu o estado do carro, pensou que o magro não tinha escapado. Nervoso, começou a perguntar:

- Rapaz, cadê o magrão? Meu irmão, nem me fale uma coisa dessas. Puta que pariu. Olhe o estado do carro. Como você se safou, bicho?

E me abraçava, nervoso. Nessa hora aparece o magrão. Que também foi abraçado. E ficamos todos em silencio por um momento, contemplando o estrago e tentando imaginar como havíamos saído daquela inteiros.

Ao ver a movimentação, Staine e Segundo também estacionam e repetem a mesma cena protagonizada pelos componentes do careca-móvel.

Em menos de cinco minutos, já estavam por ali curiosos, Policia Rodoviária e um jornalista, representante de uma rádio de Currais Novos. O fuzuê estava formado. Nesse momento, resolvo me sentar no banco do passageiro do carro de Marcio, pra dar uma descansada.

Aí o presepeiro do Márcio me aparece com o jornalista, que com o microfone na mão, solicitava um depoimento para a rádio. Por trás dele, o careca se segurando pra nao estourar, dizia: "Ele estava no carro sim, fale com ele, ele é gente boa". E comecou a rinchar.

O incauto jornalista então começa a me fazer perguntas e eu, falando no microfone, vi o careca se abaixando ao lado do jornalista, que estava em pé, apoiado na janela do carro com os cotovelos. Disfarçadamente, cheguei mais perto da porta e olhei pra baixo, pois já suspeitava da atitude do meliante.

O careca abaixa as calças e manda "um barro" bem próximo aos pés do jornalista, que mesmo sentindo odor tão desagradável, continuava firme no seu objetivo profissional, só coçando o nariz as vezes.

Eu não consegui mais terminar a entrevista, de tanto que ria. O jornalista aborrecido se afastou e foi procurar Schiavo.

Como o castigo vem à cavalo, Marcio, que havia se afastado momentaneamente, esquece da sua obra e vem falar comigo, que de tão cansado nem sentia cheiro algum.

- Ei, Cachorra, tu não pode dormir não, viu? Não pode apagar, se não, tu nunca mais acorda. Porque se tu tiver levado uma pancada na cabeça, ninguém sabe.... PUTA QUE PARIU!!!!!
Gritou o Careca, me assustando profundamente.

- O que foi? Pergunto eu, assombrado.

- Acabo de pisar com os dois pés no monte de merda que tinha aqui no chão. ISSO É UMA PORRA!!!!
Ele gritava no meio de todos que ali estavam. E quando alguém olhava pra ele, com expressão de espanto, ele berrava:

- É MERDA, MEU FILHO, NUNCA VIU NAO? MERDA!!!

E saiu arrastando os pés no asfalto pra ver se conseguia limpar, espalhando o perfume por entre os curiosos, que aos poucos foram tirando o time de campo. Durante esses acontecimentos, o carro ficou lá embaixo sozinho por um tempo.

Quando descemos novamente pra olhar de perto o estrago causado, uns fantasmas habitantes da floresta que cercava a estrada, já haviam depenado todos os acessórios do carro.

E como não havia mais o que fazer, continuamos a nossa viagem, agora em dois carros somente, pra terminar a nossa aventura que acabava de começar.

Wednesday, January 30, 2013

O magão endiabrado

Após uma farra enorme, que terminamos de manhã no Bar e Restaurante Viver, situado em frente à Pittsburg da Prudente de Morais, e que era da propriedade de um primo da minha mãe, Miguel Ângelo, eu, Schiavo Álvares (Magrão), Augusto Benfica (Coringa) e Staine Darlan, fomos pra minha casa, contentes com a quantidade de bebida ingerida naquela noite. Ficamos na calçada por um tempo, até que entrei pra beber água. Na cozinha, percebi uma bandeja que meu pai havia comprado com 30 ovos. Quando voltei pra calçada, já estava com a tal bandeja nas mãos. Não precisei dizer nada.

Schiavo ofereceu o seu carro pra operação e tratou de pegar um pincel atômico preto que carregava no porta-luvas e começou a desenhar outros números por cima dos números originais da placa do carro. Sentei-me no banco da frente, com Staine e Augusto no banco de trás. Cada um já tinha um ovo na mão. O primeiro sortudo foi um cara que já não estava com muita sorte. Tinha o seu carro, um fusca cor de laranja, quebrado e a tampa do motor, que fica situado na parte de trás do veículo, aberta.

O sujeito olhava pra dentro do motor, pensando que apenas olhando ele iria fazer o carro andar novamente, quando de repente, um ovo bate na polia da correia dentada e espirra todo o seu conteúdo mal cheiroso na sua face, pois a sua cara estava praticamente dentro do motor. Foi um tiro digno de um sniper. Num movimento sincronizado, dois outros ovos atingiram o inocente cidadão, um batendo na sua cabeça e outro no pescoço, quando o mesmo se virava pra tentar entender o que estava acontecendo.

Há quem diga que Deus ajuda a quem cedo madruga. O menino que vendia jornal no semáforo pode ser prova cabal que esse ditado é curtíssimo. Num ato de maldade fora do comum, perguntamos ao menino se ele queria ovo. Ele disse que não estava escutando. Falei pra chegar mais perto. Quando este se aproximou, pensando que eu havia dito que queria comprar um exemplar do jornal, eu avisei que estava jogando um ovo e joguei o ovo nos peitos do jovem trabalhador. Foi nessa hora que começou o trabalho divino.

O ovo bateu na bata que o jovem vestia com o nome do jornal, bem no meio da caixa torácica e milagrosamente, não estourou nele e caiu no chão. Sem acreditar no que estavam vendo, na mesma hora, Staine e Augusto resolveram pegar cada um seu ovo pra jogar no menino santo. Eis que novamente o improvável aconteceu. Na euforia de alvejar o jornaleiro, e assim como devido ao alto estado de embriaguez, eles foram pra mesma janela e no frenesi, quebraram os dois ovos que carregavam em cima deles e do banco do carro do magrão.

Fomos embora dali depressa, antes que o carro pegasse fogo. Rodamos procurando outro alvo potencial, até que chegamos no cruzamento da Bernardo Vieira com a Prudente de Morais, vindo pela Bernardo em direção à Morro Branco. O magrão embriagado para o carro ao lado de uma besta de transporte coletivo. Devia ter uns 6 caras lá dentro, contando com o motorista e o cobrador. Nós estamos na faixa da direita, e a besta na faixa do meio. O Magra, numa atitude que não foi comunicada à nosotros, abaixou o vidro do lado do motorista e fez sinal para que o cobrador abaixasse o vidro da besta, como se estivesse querendo falar algo. O cobrador abriu o vidro e ficou na espera do que o magrão tinha pra dizer. E ele disse:

- "Ai nessa besta só tem fresco e viado, começando por você, passando por todo mundo e terminando no motorista".

O cara perguntou, como se não tivesse acreditando: "Como é que é, rapaz?"

O magrão respondeu, dessa vez mais alto e já não se agüentando de tanto rir:

- "Isso mesmo que você ouviu, seu fresco, aí só tem corno, viado arrombado..."

Antes de ele terminar de falar, eu só vi as portas da besta se abrindo e descendo os caras dispostos a matar o magrão e quem estivesse junto com ele naquela sandice. O Magrão queria dobrar à direita pra entrar na Prudente e fugir, mas os poucos carros que estavam rodando na cidade naquela hora resolveram passar ali naquele trecho, naquele momento. Uma tapa ainda bateu no vidro, quando finalmente ele conseguiu fugir pela Prudente. Quando os sujeitos voltaram pra besta, nós já estávamos longe.

Decidimos que a brincadeira estava indo longe demais e resolvemos ir pra casa. Em Morro Branco, já ali perto do Edifício Michelle, estava um feliz proprietário de uma Hilux preta, um senhor já de idade, que lavava alegremente o seu brinquedo, desperdiçando a água do planeta. Novamente não foi preciso dizer nada. O magrão estacionou o carro numa distancia segura e até ele dessa vez quis participar da brincadeira, porque até então ele só fazia dirigir o carro.

Todos os ovos foram indo um a um, pra Hilux do senhor, que com medo de ser também melado pelo ovos, não chegava nem perto do carro. A única reação dele era gritar e ameaçar os atiradores de elite. Quando os ovos acabaram, largamos a bandeja por lá e debandamos. Fui conseguir dormir somente umas três horas apos chegar na cama, de tanto que ria me lembrando das vitimas.

Meu pai acordou e veio me questionar pelo ovos, que eu avisei de pronto que desconhecia o paradeiro dos mesmos. Disse que quando cheguei em casa, não vi nenhum ovo. Que acho que ele estava caducando, pois pensara ter comprado algo e não o fez. Ele saiu coçando a cabeça.

A punição divina veio mesmo pra cima do Magrão, afinal foi ele quem forneceu o veículo pra praticar o mal. Na segunda-feira de manhã, chega uma viatura da polícia na oficina dele, juntamente com um reboque, para guinchar o veiculo causador da baderna. Apos uma "bola" de 50 reais, que era uma boa grana naquela época, o carro do magrão foi aliviado e ele liga pra mim, conta o que houve e puto da vida pergunta:

"Cachorra, viado, como esses frescos descobriram o numero da placa do meu carro? Estavam todos adulterados. Como eles iriam descobrir que os números eram diferentes e tantas combinações são possíveis com aqueles números, como descobriram a placa direitinho?"

Foi ai que eu falei pra ele: "Magrão, aquele jornaleiro tinha poderes sobrenaturais, rapaz. Você não viu o ovo que joguei nele e o ovo bateu catolé? Staine e Augusto foram jogar o ovo nele e os ovos estouraram em cima deles? E o moleque nem se mexeu e nem ficou com medo. Ficou parado, só observando. Eu digo a você que ele tem poderes tão fortes que ele consegue ate vender a Tribuna do Norte".

Monday, January 28, 2013

Joab Valente

Para irmos pra essa viagem de Fortaleza, o centro acadêmico de administração se encarregou de alugar um ônibus e colher o dinheiro das inscrições de todos os interessados na viagem e no congresso. Durante esse período, o presidente do centro era o grande Eduardo Barros, o nosso querido Dudu.

Meus amigos Gustavo Zumel e Gustavo Sousa decidiram não ir no ônibus e foram de carro, juntamente com outros amigos, as irmãs Sheila e Karina e Augusto (namorado de Karina), estes dois últimos sendo alunos de administração da UNP.

No segundo dia de congresso, Dudu se ausentou do comando da excursão, por motivo de visita à familiares e passou o comando da turma pro nosso grande Joab, que era o vice-presidente do centro acadêmico.

O ônibus tinha que sair do alojamento pontualmente às 19:30, tendo em vista que a palestra começava às 20:00. Ao contrário de nós, existiam pessoas que estavam realmente interessadas em assistir às palestras.

Joab também fazia parte da turma da cachaça, e chegando perto das seis da tarde, Everton, um aluno que estava interessado na palestra e era muito correto, oriundo do NPOR, lançou sua primeira diretiva pra Joab.

- “Joab, rapaz, vai tomar banho e se arrumar pra dar exemplo, senão ninguém vai ficar pronto à tempo e nós iremos perder a hora da palestra”.
Joab respondeu que já estava indo, mas quando Everton saiu, eu questionei Joab:

- “Joab, esse bicho é teu chefe, é? Vem aqui e caga regra pra tu e tu fica calado?”

O gago entendeu bem o meu recado e disse:

- “É mesmo, né? Quem essa porra pensa que é? Eu não vou tomar banho agora não”

Pronto, a semente tinha sido plantada. Agora era só incentivar mais pra turma ter mais uma sessão de comedia.

A cena era a seguinte. Todo mundo se aprontando pra ir pra palestra, e eu, Joab, os dois Gustavos, Beto, e Marcos Rapariga sentados no chão, bebendo, ao lado do mini trio elétrico, que foi construído somente para esse intuito.

Deu seis e quinze e lá vem Everton pedir pra Joab se arrumar novamente. Quando ele saía, a galera da cerveja questionava Joab, que já estava ficando puto. Ficamos segurando Joab até perto das sete da noite, quando outras pessoas começaram a vir chamá-lo também e ele não teve escolhas, devido ao grande numero de irritados.

Se aprontou rápido e lá pelas 7 e 10 já estava pronto, sentado com a gente tomando cerveja de novo. Everton chegou e disse, dessa vez pra mim:

- “Das Cachorras, tu vai ficar viu? Ninguém aqui vai ficar esperando por tu não. Ou você se arruma ou vai ficar!”, ameaçou o rapaz, que pensava ser o chefe da excursão.

Eu falei pra Joab, “Meu irmão, tu vai deixar esse bicho tomar as rédeas, é? Quem manda nessa porra, tu ou ele?”

Isso mexeu com os brios do gago. Ficamos nessa confusão até às 7 e meia, hora que o ônibus supostamente era pra sair. Calmamente, dei o meu ultime gole na cerveja, peguei minha toalha e me encaminhei pro local onde tomávamos banho, uma torneira de mangueira de aguar a grama.

Antes de sair, olhei pra Joab e vaticinei: “Tu me espera, hein viado? Tu me espera!!!”

A galera toda já estava dentro do ônibus e eu fazendo tudo bem devagar, de propósito. Quando eu volto pra sala onde era o nosso quarto, Everton estava vermelho, discutindo com Joab, que também já estava se alterando. Eu fiquei com a minha nécessaire na mão, só de bermuda, observando a cena, o que irritou ainda mais o Everton.

Eu deixei claro pra Joab que me esperasse, que Everton não mandava em porra nenhuma, afinal Dudu tinha pedido a ele pra ser o responsável alem do que, ele era o vice-presidente e Everton não era porra nenhuma.

No agüentando mais a pressão, Joab vai pro ônibus e me espera lá. A cena final foi digna de um Oscar. Cada janela do ônibus tinha um estudante insatisfeito e gritando nomes de baixo calão contra a minha pessoa. Faltava uns dez minutos para as oito da noite e eu fui me encaminhando pro ônibus.

Joab estava na porta, talvez para não ser linchado se estivesse dentro, e abre os braços pra mim, dizendo: “Rapaz, não tava mais conseguindo segurar essa galera não. Ainda bem que tu chegou. Vamos embora”.

Diante de nomes como filha da puta, corno, e viado, eu caminhava pro ônibus. Dirigi-me pra turma das janelas e perguntei, com cara de puta: “Vocês estão chamando esses nomes todos comigo? Qual o motivo? Eu pedi pra alguém me esperar? Eu vou de carro com Gustavo, não sei porque vocês ainda estão aqui!!!”

Disse isso e calmamente entrei no carro de Gustavo, olhando pra cara de perplexidade de Joab, e dando um xauzinho. O que esse gago escutou dentro desse ônibus, tem gente que viveu 90 anos e não escutou nem um terço.

Friday, January 25, 2013

Joab sem teto

Ainda no mesmo Congresso em Fortaleza, aprontamos outra com Joab. Quando o mesmo adormeceu embriagado, resolvemos colocá-lo no meio do pátio, que ficava no meio de várias salas de aula, que abrigavam várias delegações de Estados diferentes.

O gago tinha um sono pesado infernal e na tentativa de deixá-lo mais confortável, resolvemos levá-lo com colchão e tudo. Mas logo que saímos da porta, de tanto rir, Marcos Rapariga deixa o lado do colchao que carregava escorregar e lá vai o gago pro chao, de cara. Nao fiquei pra ver, mas tudo indicava que o mesmo havia quebrado pelo menos o nariz, pois a altura em que carregavamos o colchao era de pelo menos meio metro.

Nos escondemos e esperamos ele se levantar puto. Que nada. O homem só fez passar a perna em cima do colchao, se aninhando e voltou a dormir de novo, somente com a velha sunga azul fluorescente. Resolvemos continuar com a via crucis e levar o defunto pro pátio. No meio do caminho, um engraçadinho achando graça da primeira queda do gago, resolveu soltar o colchao de proposito e novamente lá vai o cadaver pro chao. E isso se repetiu ainda mais umas 3 vezes até o destino final, com o atenuante de que as quedas agora eram na areia, que apesar de serem mais macias, enchiam a cara do presunto de areia.

Fomos dormir e deixamos o morto lá no meio do terreiro, entre maconheiros e moças de familia. Como tambem estavamos em avançado estado de embriaguez, todo mundo adormeceu e se esqueceu de Joab. Um individuo da nossa delegação, que nao havia bebido, levantou-se cedo e avistando aquela cena grotesca, correu para acordar a galera. Todos pularam dos colchões e correram pra observar aquele triste espetaculo.

Devia ter umas cinquenta pessoas ao redor do rapaz, todas morrendo de rir. Joab e sua sunga, em posicao fetal, todo suado devido ao forte sol cearense, os oculos todo torto, a cara cheia de areia, babando e com uma mao na cabeça e outra no meio das pernas. E o desgraçado ainda roncava alto. A galera gritava: "Acorda, acorda!!!", e o gago rolava pro outro lado. Nós estavamos escondidos, evidentemente. Então quando ele acordou, como se nada tivesse acontecendo, e ainda na posição em que estava deitado, olhou de lado por cima do ombro e deu um sorriso que mesmo sem dizer nada, perguntava claramente: "que porra é essa? onde estou?".

Elegantemente, com um risinho no canto dos lábios, ajeitou os óculos, limpou o suor da testa com as costas das mãos, assoou a areia que entrava nas suas fuças e cuspiu tambem a areia que estava na sua boca, ajeitou a sunga, que nessa hora adentrava na bunda, parou novamente, deu uma olhada ao redor, outra risada, dessa vez mais forte, abaixou-se deixando sua retaguarda amplamente desprotegida, levantou o colchão, sacudiu a areia que nele estava, colocou o mesmo embaixo do braço e se retirou de cena debaixo de aplausos, caminhando lentamente por uns segundos e logo em seguida engatando um sprint pra dentro do quarto, em tempo de cair tropeçando no colchão, que teimava em atrapalhar sua corrida.

Wednesday, January 23, 2013

Beto Brilhante e o colchão molhado

Em 1997, fomos a um Encontro Nacional dos Estudantes de Administração (ENEAD) em Fortaleza. Como de hábito, a bagunça e a bebedeira começam mesmo antes de entrarmos no ônibus. E dessa vez não foi diferente.

Chegamos de manha cedo, alguns embriagados, outros com ressaca, e fomos procurar nossas acomodações. Nessas ocasiões, ficávamos hospedados na Universidade Federal anfitriã, e lá estávamos nós nas dependências da UFCE, ocupando as salas de aula e arrumando os colchões que trouxéramos de casa.

Após o café da manha, foram providenciadas cervejas e já ligamos logo o mini trio elétrico que o pessoal do CA possuía. Todos ali naquela brincadeira sadia e eu tive a idéia de começar as sacanagens. Todas envolvendo Joab Maciel, é lógico.

Pra começar, Beto Brilhante, outro entusiasmado integrante da excursão, havia saído pra andar por outras delegações, pois alegava que conhecia todo mundo, deixa o seu cooler ao lado do colchão.

Como alguns malucos já haviam feito alguns furos do banheiro dos homens pro banheiro das mulheres, pra observar as belas moças se banharem, a direção do congresso resolveu transformar tudo em banheiro das mulheres e os homens ficaram sem banheiro.

Nesse sentido, eu consegui facilmente convencer a todos a urinarem dentro do cooler de Beto, já que o mesmo não se encontrava no ambiente e que quando chegasse, nós diríamos todos juntos que foi Joab.

Assim, rapidamente enchemos o cooler do rapaz e me questionaram onde iriam urinar a partir de então. Ora, eu disse, no colchão de Beto, uma vez que Joab vai ser culpado também. E o engraçado era que Joab não estava sabendo que todos iriam culpá-lo e era quem mais mijava nos pertences de Beto.

Quando Beto voltou embriagado, deitou-se no colchão e sentiu aquele molhado e aquele mau cheiro de arquibancada. Fica puto e se levanta, querendo saber que porra era aquela, que brincadeira de mau gosto era aquela com seu colchão e como iria dormir depois daquilo.

Eu avisei que iria contar caso ele jurasse segredo sobre quem contou a ele. Ele prometeu e eu disse em tom conspiratório que tinha sido Joab, mas que ele não se preocupasse que ele podia descontar, uma vez que o seu cooler se encontrava cheio de urina.

Quando o bicho abriu o cooler, ficou ainda mais possesso. E como havia sido combinado, começa a chegar os caras, de um em um, dizendo ser uma sacanagem o que Joab fez, pra atiçar ainda mais a ira do Bionicão.

O mesmo não contou conversa e despejou o cooler cheio de mijo em cima do colchão de Joab. Evidentemente, eu fui lá fora chamar Joab pra avisar. Eu disse:

- Joab, Beto ficou doido quando viu o colchão dele todo molhado e derramou 10 litros de mijo no teu colchão. Que porra é essa? Porque somente no teu? Que marcação é essa?

Lá vai Joab tirar satisfação com Beto. Eu cheguei junto pra Beto não me entregar, pois se eu não tivesse lá, Beto diria que tinha sido eu quem o entregara.

E Joab questionava de porque somente ele ter recebido tal punição e Beto não dizia. Só sei que o gago desconfiou e disse, já gargalhando:

- Das Cachorras, galado, isso é coisa sua né?

O bicho ficou rindo tanto que nem ficou puto e foi beber mais, com uma sunga azul fluorescente ridícula e a barriga balançando. Quando ficou bêbado de vez, foi dormir no colchão mijado mesmo, nem se lembrou. Mas a raiva de Beto não passava.

Um maluco apareceu com um tal de pó de mico, que faz a pessoa espirrar. A negada começou a colocar no nariz de Joab, que dormia profundamente. O pó é bem forte e mesmo com pequenas quantidades, a gente não consegue ficar sem espirrar. E colocávamos de pouquinho em pouquinho no nariz de Joab e o mesmo nem se mexia.

Beto vendo aquela cena e ainda puto pois não tinha onde dormir, tomou o pote da mão de Bruno, o dono, e despejou na mão e enfiou com todo gosto no nariz do gago, que acordou desesperado, pensando que o mundo iria acabar.

Depois de uns 5 minutos espirrando, vermelho que nem um camarão, o gago tenta articular algumas palavras e me sai com essa

- “Po-po-po-por-ra Beto, tu mi-mi-mi-ja no meu colchão, ga-ga-ga-la-do, e ainda vem bo-bo-bo-tar essa merda no meu na-na-na-riz, porra? Vai fazer o que mais, agora? Jo-jo-jo-gar merda, porra?”

Tuesday, January 22, 2013

Cavalo de pau amigo

Lá pelo ano de 1991, eu namorava com uma menina que morava em um edifício na rua Clementino de Farias, em Morro Branco. Por infeliz coincidência, era nesta mesma rua que morava Alexandre Motta, vulgo Pezão, e onde se reunia toda a turma de presepeiros do Queima Raparigal.

Um belo dia à tarde, meio de semana, estava eu, essa menina e sua mãe a conversar no portão do edifício. Numa cena fácil de acontecer, mas difícil de acreditar, vejo entrar na rua, vindo da Xavier da Silveira, um gol branco, tendo como motorista o senhor Ranyere Rodrigues, Pezão como passageiro da frente e Fernandinho Bastos e Miguel Nasser no banco de trás.

Eles iriam passar sossegados, porem quando me viram, vi o gol pegar mais velocidade e voilá, um cavalo de pau no cruzamento mais perto da casa de Pezão. A reação da mãe da menina foi a pior possível.

- O que é isso? Que irresponsável!!! Um carro poderia sair daquela rua e o acidente seria enorme!!!

E eu concordando, dizendo que sim, que era uma imbecilidade, e coisa e tal.

Não satisfeitos, voltam e realizam a mesma manobra, só que dessa vez na nossa frente. E eu disse para entrarmos, mas a senhora não queria entrar, estava com muita raiva e queria ver até onde ia dar aquilo.

A menina já tinha reconhecido os integrantes do carro e insistia também para que entrássemos. A mãe disse para ficarmos, para não entrarmos, pois ela não iria ficar sozinha.

Enquanto travávamos essa batalha de convencimento para que ela entrasse, os alunos de Carlos Cunha estavam doidos, dando um cavalo de pau lá e outro cá, e a risadagem dentro do carro alcançava altos decibéis.

No momento em que a menina puxava a mãe pelo braço e eu já respirava aliviado, os frescos param o carro em frente ao portão e quando a mãe da jovem já ia começar a desfiar as broncas, Pezão diz, calmamente:

- Das Cachorras, vamos ali no Tahi Lanches bater um rango?

Disse isso e se acabou de rir. E numa clara demonstração que não se importavam com minha fome e somente tinham o intuito de me queimar, foram embora às gargalhadas.

E eu fiquei lá, com os braços abertos e com uma cara de nádegas, sem nada poder dizer. Só sei que a minha moral ali naquela família, se um dia existiu, começou a ruir naquela brincadeira.

Monday, January 21, 2013

Pegadinha do Mução

 No início de 1999, eu estava estudando em dois períodos para acabar a universidade mais rápido. Com isso, usava minhas tardes para fazer algum trabalho ou para dormir. Nesse dia eu estava dormindo quando meu celular tocou. Vi no call display que se tratava de uma ligação interurbana, mais precisamente de Fortaleza.

Mesmo não conhecendo ninguém de Fortaleza, a curiosidade foi maior e eu resolvi atender, ainda meio dormindo e deitado. O sujeito se dizia ser um cobrador a serviço do Credicard. Perguntou quando eu iria pagar a minha conta eles, que estava em litígio. Como esse era um fato verdadeiro, comecei a argumentar com o elemento que eu estava pagando e que não entendia o porque dessa ligação.

Ele disse que eu não estava pagando nada, que não constava nos computadores dele. E ficou nesse disse-me-disse até ele entrar nas agressões. Começou suave, dizendo: “amigo velho, é por isso que o Brasil não vai pra frente. Cheio de caloteiros como tu”.

Aí foi a deixa para que eu me sentasse na cama e perguntasse se ele de fato trabalhava no Credicard. Ele disse que sim, mas que estava farto de gente da minha laia, que bebia, comia, se divertia e não queria pagar a despesa. Mandei ele tomar no rabo, mas o bicho na se fez de rogado e continuou.

“Assim é muito bom, cabra véio. Dá uma de rico pra namorada e depois esquece de pagar o cartão. Olhe, se você não pagar, eu vou mandar um jeep do exercito ai te buscar e você vai pagar à força!!!”

Depois dessa eu tive que me levantar e ficar em pé. Mandei ele vir junto também que eu iria arregaçar a cara dele no meio e mais outras baixarias, que incluíam a mãe dele em todas as frases. Aliás, se a mãe dele fosse fazer tudo o que eu estava pregando, ela hoje seria uma mulher acabada.

Ficamos nesse bate boca por um tempo e desliguei. Voltei a dormir e desliguei o telefone. Acordei na hora de ir pra aula, tomei banho e fui embora. Quando boto os pés na lanchonete do Setor 1 da UFRN, todo mundo dizia para que eu pagasse meu Credicard.

Pensei, que porra é essa? Esses viados estão com uma escuta no meu celular? Ai eles me contaram da existência desse programa de pegadinhas do Mução e que o fresco que interpretava o personagem era Rodrigo Pastel, pois até então eu nem sabia da existência desse show.

Consegui o telefone de Pastel em Fortaleza e liguei pra ele, na mesma hora que fiquei sabendo que ele que tinha me fudido. Conversei com o mesmo que não quis revelar suas fontes e dizer quem tinha dado a dica do Credicard.

Por investigação própria, descobri que tinha sido arte do Alberto Campos, O Jacaré, que enquanto eu tomava banho para sairmos, pegou uma carta que estava em cima da minha cama e que continha as prestações mensais e escondeu no bolso.

Mais uma de Jacaré. Mas eu ainda não morri e o dia dele vai chegar. Uma presepada ainda vai bater na porta dele e o autor será o velhaco do Credicard.

Thursday, January 17, 2013

O roubo do carro de Sérgio

No inicio de 1995, eu contrai uma tal de Hepatite. Fiquei internado por uns cinco dias no ITORN e depois fiquei de repouso em casa por mais uns dias. Quando me recuperei, e na falta do que fazer, me juntei ao velho Mariel e fomos inventar de praticar Capoeira, lá no Camana.

Como parte da minha recuperação física, eu ia correndo da minha casa ate o Camana (Alexandrino de Alencar com Hermes da Fonseca), fazia a aula e voltava correndo pra casa.

Nesse período, evidentemente, eu não podia consumir bebidas alcoólicas. E sair de casa com os amigos para os bares não era dos programas mais agradáveis. Mesmo assim, as insistências para que eu fosse eram enormes, no intuito de me irritar. Da mesma forma que mostrávamos revista Playboy para Alexandre Motta (Pezão) quando este voltou pra casa após uma cirurgia de fimose, cheio de pontos.

Nesse sentido, numa sexta-feira à noite, Sérgio Coutinho (O Boy) e Bruno da Cunha Lima (Operário Ladrão ou Lalau, dependendo da época), aparecem lá na aula de Capoeira, me convidando para ir com eles ao Castelinho, que ficava ali perto da Praça Augusto Leite, no começo da Afonso Pena.

Argumentei que não iria pra porra de bar nenhum e Sérgio, para me deixar sem desculpas, disse, com tudo já devidamente planejado: “Tá aqui a chave do meu carro, vai pra casa tomar banho que eu vou com Bruno e você encontra a gente lá no Castelinho”. Ele tava com o braço engessado e deu isso como desculpa para não querer dirigir.

Contrariado, aceitei o convite. Fui em casa, tomei banho e voltei ao tal bar Castelinho. Passei em frente e não vi esses dois cidadãos por lá. Mesmo assim resolvi descer. Uma das piores decisões da minha vida.

Quando estacionei o carro em uma esquina anterior ao bar (no sentido Hermes-Prudente), pois estava lotado e não pude parar mais perto, desci, fechei a porta e escutei alguém falando comigo. Eram dois elementos, que eu entendi ser os flanelinhas e respondi: “Tá certo!”, pois pensei que eles tinham dito que iriam olhar o carro.

Foi quando escutei: “Tá certo um caralho, você ta doido?”, e encostou o revolver na minha barriga. Percebi que era um assalto. Pensei: “Puta que pariu, só podia ser comigo, se eu tivesse em casa nada dessa merda estaria acontecendo! Sérgio, filha da puta”. Entreguei a chave ao valente, pedindo que me deixasse ir e levasse o carro, afinal aquela merda não era minha mesmo.

Ele disse: “Não senhor, você vai pra mala. E você que vai abrir!!!”. Agora você imagine o sujeito abrir a mala do carro pra ele mesmo entrar, incentivado por um trabuco na mão de um louco que babava e suava. Demorei uns 30 segundos pra poder acertar o buraco da chave, de tanto que tremia.

Quando finalmente abri a porra da porta da mala, ele m ajudou a entra delicadamente e fechou-a. No momento em que passávamos em frente ao Castelinho novamente, Sérgio e Bruno vinham chegando de uma “voltinha na Praia do Meio” e reconheceram o carro saindo e foram atrás, pensando que eu estava indo embora.

Ao chegar na Hermes da Fonseca, eu escutei Sérgio gritando com o cara, mandando ele encostar o carro, pois havia percebido que se tratava de furto. O que Sérgio não sabia era que eu estava na mala. Ele pensava que o cara tinha arrombado a porta e estava levando o carro.

O ladrão ficou doido e puto comigo, como se eu tivesse alguma coisa a ver com aquilo. Começou então uma perseguição cinematográfica. O carro de Sérgio era um Monza e o de Bruno era um Pampa. O Monza corria mais, mas quando o ladrão dava uma bobeira, Bruno metia a Pampa na traseira do Monza, numa tentativa de parar o carro.

A cada batida eu ia mais pra perto do banco de trás, tentando me esquivar de uma possível colisão fatal. Eu só sei que após mais de meia hora de perseguição, Sérgio teve a brilhante idéia de parar num posto policial e chamar o guarda pra ir com eles, o que este de pronto se negou, alegando não poder deixar o posto desguarnecido.

Nesse tempo de conversa, os ladrões conseguiram escapar e eu parei de ouvir o barulho da buzina de Bruno, que nesse tempo todo não parava de roncar. Os ladrões foram para um bairro chamado Guarita e disseram: “É malandro, agora tu vai se fuder, quem mandou teus amigos nos seguirem?”

Exatos 2 minutos após ele dizer isso, o carro pára e escuto as portas se abrindo. Pronto, me fudi, pensei. Vou morrer aqui por causa do carro de Sérgio. Ô maneira boa de chegar ao céu (ou inferno).

Passaram-se uns minutos e eu todo encolhido, em posição fetal, e nada acontecia. Até que comecei a ouvir vozes de crianças e mulheres. Comecei a chutar a tampa da mala pra abrir um espaço para que eu pudesse respirar. Pelo buraco, pedi para abrirem a mala com a chave, uma vez que o carro estava ligado e a chave só poderia estar lá.

A população desconfiada não queria abrir. Disseram que iriam esperar a policia chegar. Contei o que houve a um sujeito que falava mais comigo e este me pediu para passar a minha identidade. Cômico. O que uma identidade iria fazer de diferença? Só sei que com a identidade em mãos, ele abriu a mala e eu me vi no meio de uns 100 curiosos.

Fui pra casa de uma senhora beber água e esperar a polícia, que chegou acompanhada de Dona Olívia e Kika, Mãe e irmã de Sérgio, respectivamente. Elas trouxeram o documento do carro e disseram me reconhecer, só assim eles acreditaram em mim. Puta que pariu.

Fomos pra delegacia e depois pra casa de Sérgio, onde o mesmo se encontrava na calçada com Bruno e seu Paulo e com uma pistola na mão. Não sei pra quê. Como eu não tinha morrido do assalto, pensei que hepatite nenhuma mais iria me matar. Voltamos ao Castelinho só de pirraça e bebemos até fechar o bar.

E nunca mais parei de beber. Ficam sem beber dá azar, acreditem.