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Wednesday, January 23, 2013

Beto Brilhante e o colchão molhado

Em 1997, fomos a um Encontro Nacional dos Estudantes de Administração (ENEAD) em Fortaleza. Como de hábito, a bagunça e a bebedeira começam mesmo antes de entrarmos no ônibus. E dessa vez não foi diferente.

Chegamos de manha cedo, alguns embriagados, outros com ressaca, e fomos procurar nossas acomodações. Nessas ocasiões, ficávamos hospedados na Universidade Federal anfitriã, e lá estávamos nós nas dependências da UFCE, ocupando as salas de aula e arrumando os colchões que trouxéramos de casa.

Após o café da manha, foram providenciadas cervejas e já ligamos logo o mini trio elétrico que o pessoal do CA possuía. Todos ali naquela brincadeira sadia e eu tive a idéia de começar as sacanagens. Todas envolvendo Joab Maciel, é lógico.

Pra começar, Beto Brilhante, outro entusiasmado integrante da excursão, havia saído pra andar por outras delegações, pois alegava que conhecia todo mundo, deixa o seu cooler ao lado do colchão.

Como alguns malucos já haviam feito alguns furos do banheiro dos homens pro banheiro das mulheres, pra observar as belas moças se banharem, a direção do congresso resolveu transformar tudo em banheiro das mulheres e os homens ficaram sem banheiro.

Nesse sentido, eu consegui facilmente convencer a todos a urinarem dentro do cooler de Beto, já que o mesmo não se encontrava no ambiente e que quando chegasse, nós diríamos todos juntos que foi Joab.

Assim, rapidamente enchemos o cooler do rapaz e me questionaram onde iriam urinar a partir de então. Ora, eu disse, no colchão de Beto, uma vez que Joab vai ser culpado também. E o engraçado era que Joab não estava sabendo que todos iriam culpá-lo e era quem mais mijava nos pertences de Beto.

Quando Beto voltou embriagado, deitou-se no colchão e sentiu aquele molhado e aquele mau cheiro de arquibancada. Fica puto e se levanta, querendo saber que porra era aquela, que brincadeira de mau gosto era aquela com seu colchão e como iria dormir depois daquilo.

Eu avisei que iria contar caso ele jurasse segredo sobre quem contou a ele. Ele prometeu e eu disse em tom conspiratório que tinha sido Joab, mas que ele não se preocupasse que ele podia descontar, uma vez que o seu cooler se encontrava cheio de urina.

Quando o bicho abriu o cooler, ficou ainda mais possesso. E como havia sido combinado, começa a chegar os caras, de um em um, dizendo ser uma sacanagem o que Joab fez, pra atiçar ainda mais a ira do Bionicão.

O mesmo não contou conversa e despejou o cooler cheio de mijo em cima do colchão de Joab. Evidentemente, eu fui lá fora chamar Joab pra avisar. Eu disse:

- Joab, Beto ficou doido quando viu o colchão dele todo molhado e derramou 10 litros de mijo no teu colchão. Que porra é essa? Porque somente no teu? Que marcação é essa?

Lá vai Joab tirar satisfação com Beto. Eu cheguei junto pra Beto não me entregar, pois se eu não tivesse lá, Beto diria que tinha sido eu quem o entregara.

E Joab questionava de porque somente ele ter recebido tal punição e Beto não dizia. Só sei que o gago desconfiou e disse, já gargalhando:

- Das Cachorras, galado, isso é coisa sua né?

O bicho ficou rindo tanto que nem ficou puto e foi beber mais, com uma sunga azul fluorescente ridícula e a barriga balançando. Quando ficou bêbado de vez, foi dormir no colchão mijado mesmo, nem se lembrou. Mas a raiva de Beto não passava.

Um maluco apareceu com um tal de pó de mico, que faz a pessoa espirrar. A negada começou a colocar no nariz de Joab, que dormia profundamente. O pó é bem forte e mesmo com pequenas quantidades, a gente não consegue ficar sem espirrar. E colocávamos de pouquinho em pouquinho no nariz de Joab e o mesmo nem se mexia.

Beto vendo aquela cena e ainda puto pois não tinha onde dormir, tomou o pote da mão de Bruno, o dono, e despejou na mão e enfiou com todo gosto no nariz do gago, que acordou desesperado, pensando que o mundo iria acabar.

Depois de uns 5 minutos espirrando, vermelho que nem um camarão, o gago tenta articular algumas palavras e me sai com essa

- “Po-po-po-por-ra Beto, tu mi-mi-mi-ja no meu colchão, ga-ga-ga-la-do, e ainda vem bo-bo-bo-tar essa merda no meu na-na-na-riz, porra? Vai fazer o que mais, agora? Jo-jo-jo-gar merda, porra?”

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