Para irmos pra essa viagem de Fortaleza, o
centro acadêmico de administração se encarregou de alugar um ônibus e
colher o dinheiro das inscrições de todos os interessados na viagem e no
congresso. Durante esse período, o presidente do centro era o grande
Eduardo Barros, o nosso querido Dudu.
Meus amigos
Gustavo Zumel e Gustavo Sousa decidiram não ir no ônibus e foram de
carro, juntamente com outros amigos, as irmãs Sheila e Karina e Augusto
(namorado de Karina), estes dois últimos sendo alunos de administração
da UNP.
No segundo dia de congresso, Dudu se ausentou
do comando da excursão, por motivo de visita à familiares e passou o
comando da turma pro nosso grande Joab, que era o vice-presidente do
centro acadêmico.
O ônibus tinha que sair do alojamento
pontualmente às 19:30, tendo em vista que a palestra começava às 20:00.
Ao contrário de nós, existiam pessoas que estavam realmente
interessadas em assistir às palestras.
Joab também
fazia parte da turma da cachaça, e chegando perto das seis da tarde,
Everton, um aluno que estava interessado na palestra e era muito
correto, oriundo do NPOR, lançou sua primeira diretiva pra Joab.
- “Joab,
rapaz, vai tomar banho e se arrumar pra dar exemplo, senão ninguém vai
ficar pronto à tempo e nós iremos perder a hora da palestra”.
Joab respondeu que já estava indo, mas quando Everton saiu, eu questionei Joab:
- “Joab, esse bicho é teu chefe, é? Vem aqui e caga regra pra tu e tu fica calado?”
O gago entendeu bem o meu recado e disse:
- “É mesmo, né? Quem essa porra pensa que é? Eu não vou tomar banho agora não”
Pronto, a semente tinha sido plantada. Agora era só incentivar mais pra turma ter mais uma sessão de comedia.
A
cena era a seguinte. Todo mundo se aprontando pra ir pra palestra, e
eu, Joab, os dois Gustavos, Beto, e Marcos Rapariga sentados no chão,
bebendo, ao lado do mini trio elétrico, que foi construído somente para
esse intuito.
Deu seis e quinze e lá vem Everton pedir
pra Joab se arrumar novamente. Quando ele saía, a galera da cerveja
questionava Joab, que já estava ficando puto. Ficamos segurando Joab até
perto das sete da noite, quando outras pessoas começaram a vir chamá-lo
também e ele não teve escolhas, devido ao grande numero de irritados.
Se
aprontou rápido e lá pelas 7 e 10 já estava pronto, sentado com a gente
tomando cerveja de novo. Everton chegou e disse, dessa vez pra mim:
- “Das Cachorras, tu vai ficar viu? Ninguém aqui vai ficar esperando por tu não. Ou você se arruma ou vai ficar!”, ameaçou o rapaz, que pensava ser o chefe da excursão.
Eu falei pra Joab, “Meu irmão, tu vai deixar esse bicho tomar as rédeas, é? Quem manda nessa porra, tu ou ele?”
Isso mexeu com os brios do gago. Ficamos nessa confusão até às 7 e meia, hora que o ônibus supostamente era pra sair. Calmamente, dei o meu ultime gole na cerveja, peguei minha toalha e me encaminhei pro local onde tomávamos banho, uma torneira de mangueira de aguar a grama.
Antes de sair, olhei pra Joab e vaticinei: “Tu me espera, hein viado? Tu me espera!!!”
A galera toda já estava dentro do ônibus e eu fazendo tudo bem devagar, de propósito. Quando eu volto pra sala onde era o nosso quarto, Everton estava vermelho, discutindo com Joab, que também já estava se alterando. Eu fiquei com a minha nécessaire na mão, só de bermuda, observando a cena, o que irritou ainda mais o Everton.
Eu deixei
claro pra Joab que me esperasse, que Everton não mandava em porra
nenhuma, afinal Dudu tinha pedido a ele pra ser o responsável alem do
que, ele era o vice-presidente e Everton não era porra nenhuma.
No
agüentando mais a pressão, Joab vai pro ônibus e me espera lá. A cena
final foi digna de um Oscar. Cada janela do ônibus tinha um estudante
insatisfeito e gritando nomes de baixo calão contra a minha pessoa.
Faltava uns dez minutos para as oito da noite e eu fui me encaminhando
pro ônibus.
Joab estava na porta, talvez para não ser linchado se estivesse dentro, e abre os braços pra mim, dizendo: “Rapaz, não tava mais conseguindo segurar essa galera não. Ainda bem que tu chegou. Vamos embora”.
Diante
de nomes como filha da puta, corno, e viado, eu caminhava pro ônibus.
Dirigi-me pra turma das janelas e perguntei, com cara de puta: “Vocês
estão chamando esses nomes todos comigo? Qual o motivo? Eu pedi pra
alguém me esperar? Eu vou de carro com Gustavo, não sei porque vocês
ainda estão aqui!!!”
Disse isso e calmamente entrei no carro de Gustavo, olhando pra cara de perplexidade de Joab, e dando um xauzinho. O que esse gago escutou dentro desse ônibus, tem gente que viveu 90 anos e não escutou nem um terço.
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